Croniquinha do Silêncio
Nosso de Cada Dia
Silenciar em nome da necessária “Convivência Harmoniosa”, pois como
sabemos, toda ética implica em renúncia.
Então renuncio e falo nas entrelinhas.
Seria maravilhoso se não fôssemos obrigados a vivenciar,
cotidianamente, situações de escandalosa irracionalidade no universo da arte:
ilicitudes, tendenciosíssimos, invejas não sublimadas, hipocrisia, presunção, irresponsabilidade,
descortesia, falta de caráter e, a sempre presente, avidez pelo poder, dinheiro
e reconhecimento sem mérito. Por que essa estúpida necessidade de
autoextermínio que alguns indivíduos pertencentes ao mundo artístico nutrem?
Steve Jobs falou certa feita, infelizmente, no agora sou obrigado a
concordar com ele que; “quanto mais o
mundo exterior tenta nos impor uma imagem nossa, mais difícil é continuarmos a
ser artista. É por isso que muitas vezes os artistas têm de dizer: ‘- Adeus,
tenho de ir. Estou ficando insano com isso e vou sair daqui.’ E depois ir
hibernar para qualquer lado. Talvez mais tarde, voltemos a emergir de uma
maneira um pouco diferente.” Por enquanto permaneço neste espaço e tempo,
refletindo e trabalhando silenciosamente, porém, meus olhos continuam sempre
abertos e o meu espírito sente todas as sórdidas nuances dessa infausta realidade.
Adriano Abreu
Diretor do Coletivo Piauhy Estúdio das
Artes
Novembro de 2014
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