Arte Para Liberdade da Tribo
A arte, como tudo que se aplica a vontade e a criação humana, está se
distanciando da realidade premente da longa aventura humana no belo planeta
azul.
Vivenciamos uma volta em direção ao hedonismo. Neste sentido,
conclamamos aos seres que se dedicam a arte, a lutar por experiências que façam
com que o humano, humanize-se. Tornar o esforço do fazer artístico uma busca
pela paz e, sofrer para alcançar a paz, não é tarefa para egoístas.
Ególatras são os artistas que veem o trabalho na arte como fonte de
supressão dos ímpetos de fé e amor. Egoístas são os artistas que tornam sua arte
fetiche para poucos. Orgulhosos são os que tornam suas buscas estéticas, meros
objetos de repressão da força transformadora dos homens e mulheres.
A virtude chega na arte quando coloco
minhas realizações a serviço da evolução espiritual dos protagonistas e
espectadores do objeto artístico. Hoje, mais que ontem, necessitamos buscar a
verdade e esquecer os relativismos no campo da criação do fenômeno cênico.
Aqueles que discutem a finalidade desses objetos de forma tristemente
egocêntrica estão fadados a se perderem pelo caminho.
O caminho é a cura das dores da alma,
através do encontro com o Deus que habita dentro de cada um de nós. A negação do divino nas nossas existências é
a negação de si mesmo.
Preocupações individualistas distorcem
o ser artista, o reduzem ao que
podemos chamar: “salvador daquilo que nunca pôde salvar”. A luta é por uma cena rica de beleza da verdade. Esse conceito regenera o povo e o concentra
nas veias da iluminação.
O princípio que deve guiar nossas
ações será: O artista vive e trabalha
para os homens e mulheres da tribo. Almeja que eles percorram, com relativa
segurança, os vales das sombras da existência. Artistas e sociedade rumo a
certeza de uma vida plena de sabedoria e conhecimento. Quem constrói a arte são os homens e mulheres
e em seus nomes ela será exercida, sem egoísmo, vaidade e com ampla firmeza no
propósito da busca da verdade e harmonia com todas as coisas da Terra.
Adriano Abreu e Coletivo Piauhy Estúdio das Artes
Fim da Estação Seca
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