sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Por Que Faço Teatro? A Importância do Teatro Que Faço?




Por Que Faço Teatro? A Importância do Teatro Que Faço?

“Confia ao Senhor as tuas obras,
e os teus desígnios estão estabelecidos”
Provérbios 16; 3

                Fui desafiado por meu filho a escrever sobre essas duas questões, não duelo mais, paradoxalmente jamais me furto aos desafios.
               O teatro que faço é revolucionário, eu preciso dessa trincheira para não perecer como revolucionário que sou. A cidade necessita de guerreiros, a apatia tomou conta das calçadas, os gabinetes estão infestados de baratas e cupins. Sou poeta, a cena foi à forma escolhida para materializar a poesia que habita em mim. Essa arte, na sacada da minha vida, como um pássaro, fez seu ninho, protegeu-me dos temporais que arrastaram muitos dos meus irmãos para os córregos de uma vida sem sentido.
               O teatro que faço é cheio de força, inteligência, sensualidade, uma onda assoprada por vendavais de imaginação, disciplina e amor. Invade a nossa aldeia para quem se habilitar a enxergar alguns homens e mulheres abarrotados de vida, impregnados de uma verdade pulsante, corações loucos de paixão, humildade e servidão a esse povo que olha o futuro com medo e desconfiança de algo inevitável, terrível, se aproximando não se sabe donde. Os atores e atrizes gritam: “O Piauhy venceu a morte com o gesto e as palavras que cantamos, curem-se todos, sintam o cheiro da esperança nos nossos suores, vejam o fogo santo nos nossos olhos, toquem nossos espíritos sem temores, as chagas da cidade fecharão se os cidadãos resistirem à hipocrisia dos senhores mortos.”
                O teatro que faço nunca saiu de perto dos rios que matam a sede da nossa tribo, não estava pronto, hoje as forças sublimes do universo pretendem que eu e meus companheiros saiámos da chapada para dançar no mundo, feito andarilhos, estamos prontos.
                A importância do teatro que faço? Nenhuma e toda a essência do mundo, hoje sei, meu amado filho e irmão, todos os sofrimentos foram, são e serão dádivas para a plantação das dores e flores da vida e da eternidade que construiremos juntos.

Adriano Abreu

Presidente do Piauhy estúdio das Artes

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