quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Festival Latino Americano de Teatro da Bahia: Nomes, Processos e Reflexões.

Fotos: Sidney Rocharte e Alessandra Nohvais
                                                                                                      


“A luz do teatro é aquilo que acreditamos
 com todas as forças do nosso ser....
Isso é essencial. Acreditar!
Adriano Abreu


           Este texto é, sobretudo, um agradecimento ao Oco Teatro Laboratório, e a todos os organizadores do FILTE-BAHIA 2015, pelo convite a nós do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes (representado por mim, Adriano Abreu e pela atriz Silmara Silva) a participar do 3º Encontro do Núcleo de Laboratórios Teatrais do Nordeste - NORTEA, bem como, das demais ações promovidas pelo 8º Festival Latino Americano de Teatro da Bahia, ocorrido no período de 11 a 20 de setembro na cidade de Salvador.

           Durante o evento realizamos duas pequenas ações: o Colóquio Teatro em Estado de Magia (Uma Perspectiva na Formação do Atuante Através da Arte do Espetáculo), no segundo dia do NORTEA, que foi realizado no Espaço Cultural Xisto Bahia, e o estatuísmo de Silmara Silva, com a instalação LUME (Uma Boneca de Luz), no penúltimo dia do festival, no Farol da Barra. Ainda participamos de uma mesa redonda composta por 10 programadores de alguns dos mais importantes festivais de artes cênicas do país e, representantes da FUNARTE-MINC, onde podemos falar brevemente sobre o Festival de Teatro Lusófono, que a partir desse encontro, merecidamente, estará incluso nesse novo fórum de grandes festivais nacionais e internacionais, através do seu coordenador e curador Francisco Pelé, membro do Grupo Harém de Teatro.

           Assistimos 18 espetáculos, 15 apresentações de processos e metodologias, através do NORTEA, participamos do encerramento da Oficina de Circulação e Internacionalização de Teatro, ministrada por Marcelo Bones, onde alguns dos principais grupos teatrais da Bahia tiveram a oportunidade de apresentarem suas propostas em uma rodada de negócios aos programadores dos festivais.

            Para nós, do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes, ficam muitas reflexões, como também, algumas ações que podem ser realizadas no Piauí, o que nos traz imensas responsabilidades, com a cena piauiense e brasileira:

            Na lista das reflexões, consideramos oportuno um questionamento profundo sobre o atual estado do mercado teatral brasileiro. Onde ele oportuniza os novos produtos cênicos e onde ele é excludente? Quais os horizontes e limitações para circulação e fruição dos bens teatrais na contemporaneidade? Sobre a cena teatral contemporânea é necessário aprofundar. Onde ela vibra com novos sentidos e visões? Por que em determinados momentos se entrega ao discurso vazio? O trabalho de grupo, revigora-se, ou apenas resiste a “nova ordem cultural”? As respostas a essas, e outras questões não menos pertinentes, definirão o universo teatral nas próximas décadas. E no Piauí? Como fortaleceremos as “Expressões Cênicas Piauienses”, que ainda sobrevivem fortemente calcadas em um diletantismo histórico, muitas vezes cultuado como virtude (com raras exceções)?

           Algumas ações podem ser implementadas (e já começam a ser), a partir da nossa participação no FILTE-BA 2015, que poderão contribuir para o avanço do Teatro Brasileiro de Expressão Piauiense, avanço esse que tem nos motivado sempre, de forma programática, em um esforço cotidiano individual e coletivo através do estudo e pesquisa constantes, posicionamento político e estratégico, revelados nos nossos inúmeros projetos, ações e princípios. Portanto, dentre os possíveis desdobramentos da nossa experiência nesse importantíssimo festival podemos citar: possibilidade da realização de uma edição do Núcleo de Laboratório Teatrais do Nordeste - NORTEA no Estado do Piauí, convidando as Universidades Federal e Estadual do Piauí para o encontro, provocando, dessa forma, essas instituições para definitiva instalação do curso de teatro em suas opções de graduação; inserção de alguns espetáculos locais em grandes festivais nacionais e internacionais, como também, nas circulações e diálogos patrocinados por estes eventos, gerando formação, reconhecimento, crescimento e inovação para cena local; aprofundamento das pesquisas do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes e de, outros grupos parceiros, com a possibilidade a médio prazo, de que diretores e especialistas em artes cênicas de outros estados brasileiros possam realizar trabalhos (oficinas e montagens) conjuntamente conosco, esses intercâmbios poderão acontecer em mão dupla; fortalecimento do Teatro Brasileiro de Expressão Piauiense, através de processos colaborativos entre grupos e pessoas, como aconteceu recentemente no 6º FESTLUSO  e na Mostra de Teatro Arte ao Alcance de Todos (Grupo COTJOC), onde o Coletivo Piauhy Estúdio das Artes pôde dar uma contribuição, como grupo parceiro, nessas ações fundamentais para nossa arte.

    O FILTE-BAHIA 2015 foi construído por um número incontável de seres humanos, imbuídos de firmes propósitos na construção do Teatro Brasileiro e Latino Americano, preconizando um futuro que se avizinha forte, afetuoso, porém, com muitos precipícios e, trabalhos hercúleos a serem realizados, no sentido da sua eternização na alma da civilização. A algumas dessas pessoas, prestamos nossa amorosa homenagem, contemplando, representativamente, a todos que construíram esse “Festival Baiano de Teatralidades de Latino América”:

Espectadores: Mona e Deusi.
Atuadores: Luiz Jr, Silvero, Eddy, Márcia, Flávia, Caio, Betão, Daniel.
Encenadores: Thiago, Yuri, Alonso, Gil.
Programadores: Alaôr, Paulo de Castro, Paulo Vítor, Yasca, Alexandre, Dani, Marcelo e Sergio.
NORTEA: Saulus.
Registro: Sidney e Alessandra.
Organizadores: Marcelo (e sua poderosa Van), Carla, Margarida, Karen, Karol, Renata e Mário.
Coordenador Geral e Capitão da Nau: O Destemido Luiz Alberto Alonso.


Ao Oco Teatro Laboratório e ao  povo  baiano nosso muito obrigado!


Adriano Abreu
Diretor do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes
Salvador – Bahia
Setembro de 2015