Após o treinamento os Atuantes são convidados a produzir um texto reverberando todas as sensações acolhidas. Segue abaixo:
5° ENCONTRO
Por Walba Soares
Ator
Neste encontro, parto do princípio cerne do trabalho que é a respiração, a base para que o trabalho possa fluir de forma orgânica e potente. Os exercícios me fazem sentir bem e me fazem buscar uma consciência de como uso meu material cênico (corpo) com o trabalho a ser desenvolvido de limpeza e consciência sobre essa “coluna respiratória”.
No decorrer do processo surge a questão de como me avalio e os diagnósticos sobre o trabalho cênico-funcional segundo minhas particularidades. O que até então percebo o quanto é importante usar bem o trabalho respiratório nas diversas possibilidades não somente na cena, mas também no cotidiano, tendo em vista que esse treinamento possibilita usá-lo em diferentes circunstâncias da vida. Uma busca constante de vigilância, consciência e atenção das minhas fragilidades. Entendo e vejo que minha respiração quando não é trabalhada de forma controlada (ar que entra e sai), consciente, o fluxo respiratório de inspirar e expirar se torna desproporcional diante do processo. Daí é necessário ver como meu cérebro “pensa e ver” mediante esse organismo em busca da complexidade de aperfeiçoar o trabalho cênico e entender meu organismo vivo.
A improvisação me conduz a passos que até então achava que não pisaria por conta das barreiras sempre imposta por mim mesmo. E quando isso tem que ser feito em forma de jogo (frescobol) e simultâneo ao texto, corpo e voz, isso me leva a explorar campos de atenção, quem me desafia o tempo todo, como forma de auto investigação de si mesmo e exploração no campo da contracenação com o outro, o que me liberta e me instiga.
O trocar com o outro é sempre um novo desafio a ser explorado de maneira respeitosa e mútua, no desenrolar do processo. A troca e interação com o outro me leva a entender o quão importante é o presente, o aqui e o agora. A ação a favor da autonomia, a escuta atenta e o a busca constante pela maturidade estética.
03.12.2020
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Por Deusa Sofia
Atriz
Iniciamos a atividade procurando equilibrar e presentificar por meio da respiração. Percebi minha respiração pesada e curta afetada por acontecimentos recentes que exigem aceitação.
Cada um compartilhou um parecer sobre o processo nesse quinto encontro de cênico funcional, eu procurei resumir em três palavras: consciência, entendimento e prática. Tenho tentado buscar entender essa prática de forma consciente. É um processo. E todo processo tem seus altos e baixos. Hoje foi um dia de "baixos": logo na primeira cena semti fisgadas no pé esquerdo e na segunda cena senti uma forte vertigem e não pude concluir a atividade com os companheiros. Isso me incomodou bastante e foi justamente por conta do ponto central desse cênico funcional: uma falha na respiração.
No improviso outro diagnóstico: não encontrei o ponto de prolongamento com o fresco ball, e é pratica mas também é principalmente, entendimento.
No momento de dança pessoal, provocada pela minha frase, procurei trabalhar as sensações e cenários em mim mas tive uma real conexão com meu companheiro de cena, Állex Cruz, somente quando olhei bem pra ele nos olhos.
Todos esses obstáculos são e devem ser um alimento para descobrir e melhorar e não bloquear. Uma sensação de gratidão pelas orientações e paciência ficou muito forte em mim hoje. Me senti com muita sorte pela oportunidade que o universo me deu de estar com meus companheiros de trabalho ali, mesmo depois de tudo.
03.12.2020
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Por Àllex Cruz
Ator
Entender que o trabalho de busca por uma consciência do seu psicofísico como um todo (mente/corpo/respiração/espírito) é uma tarefa diária nada fácil, que dever ser entendida, internalizada e praticada, é algo que o atuante não pode fugir.
As perguntas provocadoras e também como feedback, foi o marco para o início do nosso quinto encontro, elas nortearam todo o trabalho do dia, assim foi como chegou à mim. Por isso procurei centrar todo o trabalho interno e externo nessas revelações, pois sabendo do problema fica menos difícil cuidar.
Esse foi de certa forma o funcional cênico em que eu mais ativei o modo da autovigilância, indo de encontro sempre com o controle de minhas explosões corpóreas para assim economizar energia dentro da execução de todas as cenas. Claro que de início nada se organiza por uma vez, mas é importante dá o primeiro passo, e esse será um dos meus trabalhos fixos para os outros encontros que virão pela frente e claro em meu cotidiano.
O exercício extra com o frescoboll ou “frescocena”(palavra usada pela atriz Deusa Sofia) eu pude ir de encontro com o entendimento dessa extensão do meu corpo que é a raquete e a bola, assim tive um ganho com a perda da tensão no ombro. Não consegui avançar segundo o que foi proposto, infelizmente, porém isso não me afeta de uma forma negativa, pois eu tenho consciência de que tudo é um processo e eu tenho que fazer minha parte para que esse processo continue gerando e ampliando.
O último trabalho em dupla para criação de partituras através da improvisação tendo como mote uma frase, me atentou sobre as leituras que podemos ter diante o trabalho dos nossos companheiros de cena, e que as trocas vividas no jogo são como o teatro, únicas. A frase que me ficou nesse trabalho foi: O Improviso é o jogo do agora.
03.12.2020
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